sábado, 8 de janeiro de 2011

Rua 100, nº 75, Setor Sul - Goiânia

Este foi o primeiro endereço de minha família em Goiânia. Era 1967 e viemos de Uberlândia. Eu vim primeiro, quase um ano antes que meus irmãos, meus filhos e minha mãe. Fiquei no minúsculo apartamento da minha tia-dindinha (que tem um enorme coração), na Rua 20,Centro. Havia me desquitado há um ano e queria recomeçar os estudos. Meu tio me encorajou, como já me havia encorajado a casar aos 17 anos. Vi na TV que se podia fazer o Curso Técnico de Enfermagem equivalendo ao 2º Grau: Escola de Enfermagem São Vicente de Paula, no início junto à Santa Casa de Misericórdia (Rua 4, Centro), depois no Setor Universitário,como um apêndice da UFG (?). Comecei o curso e logo consegui meu primeiro emprego: passar a noite no Prontocor, Av. Paranaíba, para chamar o médico plantonista, por telefone, em caso de necessidade. Quatro jovens cardiologistas se revezavam: Dr. Celmo Porto, Dr. Cassiano de Araújo, Dr. Sizelísio de Lima Filho e Dr Valfrido .... (não me lembro). Ganhava menos de um salário mínimo, mas não atrapalhava meus estudos. Aí,em setembro ou outubro de 1967, veio o resto da família. Papai, que morava em sua fazenda perto de Goiatuba, alugou a casa pra nós e custeou nossas despesas nos primeiros anos, até que pude assumí-las.
Lembrei-me da Rua 100, porque hoje meu filho Flávio acordou-me, ligando da França, para que eu visse uma foto no Facebook de três garotas e um rapaz adolescentes, nossas vizinhas e amigas deles na época. Atrás das lembranças dele, vieram as minhas: o melhor momento vivido naquele emprego e o pior momento vivido naquela casa. No Prontocor, conheci um médico que veio, uma noite, procurar um dos colegas de lá. Este homem foi o grande amor da minha vida, numa relação de quase 30 anos, com alguns intervalos decorrentes de nossas circurnstâncias. Foi tesão, paixão, admiração, amor e muita amizade, até hoje. Ele sempre me apoiou, e encorajou nos momentos mais difíceis. Começando pelo pior momento na casa da Rua 100, quando morreu em acidente de carro minha única irmã, no dia 13 de janeiro de 1968, com apenas 25 anos e solteira. Não vou descrever este momento, horrível para todos nós, quase matando minha mãe de tristeza.
                                                                                                           Jane

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